Sunday, July 15, 2007
”RIO POVO” AGITOU ÁGUEDA E IMPRESSIONOU
Acontecimento único, duas noites esgotadíssimas, um crescendo apoteótico sobre palcos aquáticos.
A cena do Papão e dos medos que fechou a primeira parte de Rio Povo, no denso espectáculo de sexta-feira, chegou a parecer inspirada na comprometedora empatia do público à nascente de uma das maiores operações culturais de sempre em Águeda. Da ilusão à impaciência, esta primeira noite sofreu também no palco, ao deixar fugir rio abaixo a elevada expectativa da multidão que assaltou os Abadinhos. Do espectáculo de sexta-feira, contudo, sobraram os primeiros sinais da espectacularidade cénica que resultaram da deliberada escolha e adaptação da antiga piscina fluvial.
No sábado, o espectáculo foi impressionante, limpo de processos e absolutamente arrebatador. Esta segunda noite de “Rio Povo” dificilmente se apagará da memória dos mil espectadores que conseguiram assento nas bancadas. A fantasia do guião e a espectacularidade do cenário estiveram, desta vez, alimentados por uma interpretação colectiva de grande pujança e um público, primeiro diligente, depois completamente entusiasmado e embevecido com o seu Rio Águeda. Rio Povo conheceu uma apoteose final após progressiva e total rendição do público ao longo do espectáculo de sábado à noite.
O acontecimento, pelo seu carácter inovador e pelo grande envolvimento local, conseguiu reunir ainda ingredientes de pequena polémica e salutar falatório como, por um lado, as duas subidas do caudal que deixaram os palcos submersos nos últimos dias antes dos espectáculos comprometendo seriamente a sua preparação e, por outro, a limitada lotação do local do espectáculo a barrar caminho a uma multidão surpreendida na primeira noite.
Não sendo completa ou definitiva, a crónica vai seguramente represar a corrente de emoções vividas por todo o contingente humano que edificou Rio Povo. Águeda tem toda esta gente! E todo este rio.
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